Na verdade, eu a senti. Descendo
sobre meu rosto, molhando minha pele áspera.
Senti outra gota rolar. “Droga”, pensei comigo mesma. “Seja
mais forte! Não pode chorar por cada acontecimento negativo que acontece
contigo” – respirei fundo, mordendo os lábios – “Mesmo que eles sejam a maior
parte do seu dia”.
“Não me sinto mal por escolha própria. Obviamente, se eu
pudesse, escolheria o sorriso o tempo todo.” Realizei comigo mesma, encostando
as costas nuas na parede. Enquanto juntava as pernas á minha barriga, tentava segurar
o soluço que surgia. O silêncio que preenchia o quarto agora perfurava meu
coração – com uma ponta fina, pontiaguda e banhada ao veneno mais perverso.
Desses que corroem qualquer coração ingênuo e impregnam qualquer mente fraca.
A solidão, talvez, é a pior companhia que alguém pode ter.
Talvez não, provavelmente. Por isso, desminto aquela velha história de “Antes
só do que mal acompanhado”. Aposto que quem disse isso não sabia o que era
abandono. Aposto que quem disse isso, um dia, abandonou um solitário. Solidão por opção não é solidão, é isolamento voluntário.
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